- Cevando o amargo - Wilson Paim,
- Vire o mate - Manolo,
- Mateando - Jaime Caetano Braun,
- Chimarrão - Os Monarcas,
- Mateando com mamãe - Odilon Ramos,
- Cada gole desse mate - Jorge Freitas.
Chimarrão de Glaucus Saraiva:
Amargo doce que eu sorvo
Num beijo em lábios de prata.
Tens o perfume da mata
Molhada pelo sereno.
E a cuia, seio moreno,
Que passa de mão em mão
Traduz, no meu chimarrão,
Em sua simplicidade,
A velha hospitalidadeDa gente do meu rincão.
Trazes à minha lembrança,
Neste teu sabor selvagem,
A mística beberagem,
Do feiticeiro charrua,
E o perfil da lança nua,
Encravada na coxilha,
Apontando firme a trilha,
Por onde rolou a história,
Empoeirada de glórias, De tradição farroupilha.
Em teus últimos arrancos,
Ao ronco do teu findar,
Ouço um potro a corcovear,
Na imensidão deste pampa,
E em minha mente se estampa,
Reboando nos confins ,
A voz febril dos clarins,
Repinicando: "Avançar"!
E então eu fico a pensar,
Apertando o lábio, assim, Que o amargo está no fim,
E a seiva forte que eu sinto, É o sangue de trinta e cinco, Que volta verde pra mim.
Imagen: casanaturalista.blogspot.com |
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