18 de nov. de 2010

Seleção de músicas sobre o doce amargo dos gaúchos


  1. Cevando o amargo - Wilson Paim,
  2. Vire o mate - Manolo,
  3. Mateando - Jaime Caetano Braun,
  4. Chimarrão - Os Monarcas,
  5. Mateando com mamãe - Odilon Ramos,
  6. Cada gole desse mate - Jorge Freitas.
Lembra aquelas cuias revestidas de couro? É comum encontrar uma poesia pirografada nelas. Mas é apenas uma parte. Enquanto você ouve o playlist da semana confira na íntegra uma das mais populares poesias sobre o tema.

Chimarrão de Glaucus Saraiva: 

Amargo doce que eu sorvo
Num beijo em lábios de prata.
Tens o perfume da mata
Molhada pelo sereno.
E a cuia, seio moreno,
Que passa de mão em mão
Traduz, no meu chimarrão,

Em sua simplicidade,
A velha hospitalidade
Da gente do meu rincão.

Trazes à minha lembrança,
Neste teu sabor selvagem,
A mística beberagem,
Do feiticeiro charrua,
E o perfil da lança nua,
Encravada na coxilha,
Apontando firme a trilha,

Por onde rolou a história,
Empoeirada de glórias,
De tradição farroupilha.

Em teus últimos arrancos,
Ao ronco do teu findar,
Ouço um potro a corcovear,
Na imensidão deste pampa,
E em minha mente se estampa,
Reboando nos confins ,
A voz febril dos clarins,
Repinicando: "Avançar"!
E então eu fico a pensar,
Apertando o lábio, assim,
Que o amargo está no fim,
E a seiva forte que eu sinto,
É o sangue de trinta e cinco, Que volta verde pra mim.

Imagen: casanaturalista.blogspot.com


17 de nov. de 2010

Joselaine Radim conta como foi o seu primeiro baile

Aqui você confere a história da primeira vez em um baile de Joselaine Radin. Ela contou tudinho a repórter Daniela Balkau. Clique e escute.


Um encontro com o Papai Noel

Os bastidores do jornalismo, as angústias dos profissionais, os obstáculos que precisam enfrentar para que o material circule na mídia, questões como essas raramente vêm à tona. Mas existem reportagens que possuem entre os principais atrativos não simplesmente o produto final, sua magia está no antes. Sempre gostei de imaginar como serão os entrevistados. Um contato prévio por telefone para marcar a entrevista, pedir o endereço e confirmar o nome da fonte, já bastam para que uma imagem já se forme em minha cabeça.

Ao descobrir que o entrevistado para a pauta atendia por “Barba”, não precisei de muita coisa, prontamente construí a imagem de um homem de meia idade, cabelos grisalhos e uma barba enorme, daquelas que só se vê em Papai Noel. Entrevista marcada para as 13:30 de uma segunda-feira chuvosa. Um endereço pouco conhecido e a ajuda de um mapa para resolver a situação. Três a quatro pessoas consultadas pelo caminho para descobrir onde ficava a tal rua, com nome de escritor renomado da literatura brasileira. Entretanto Machado de Assis me pregou uma peça! Percebi que não conseguiria chegar ao local da entrevista e começou a bater o desespero... O que fazer? A hora passando e nada de respostas...

O velho ditado, por mais “batido” que possa parecer, até hoje sempre caiu bem: “Quem tem boca vai a Roma”. Nesse caso, quem tem boca conseguiu, depois de buscar a ajuda certa, chegar ao Barba. No escritório do produtor da banda Passarela e proprietário de um dos maiores clubes de baile da cidade, procurei pela sala alguém que se encaixasse na figura que eu havia construído. Uma moça muito simpática veio me receber na porta, já sabia quem eu era. Atrás de uma grande mesa marrom com detalhes em branco avistei um homem de vermelho com a cuia de chimarrão na mão. A moça nos apresentou e prontamente indaguei sorrindo: “Cadê a barba”. O homem respondeu com um sorriso meio sem graça, como se tivesse perdido sua principal característica há pouco tempo e ainda não estivesse acostumado à nova figura.

Poucas palavras, muita simpatia. Será possível construir o passado de alguém sem ter visto essa pessoa antes? Uma sensação estranha, mas tive a impressão de que o homem que estava em minha frente já tinha lutado muito por seus sonhos. Não me enganei! “Se a Banda Passarela chegou aonde chegou muito se deve ao Barba”, declara o vocalista da banda.

A banda surgiu há 15 anos, quando Iseu (o Barba) e Dirceu decidiram que era chegada a hora de se lançarem no mercado. Como todo o começo, o da banda Passarela também não foi fácil, “mas graças a Deus conseguimos alcançar o sucesso em pouco tempo”, complementa o vocalista. Hoje, Barba já não faz mais parte da composição da banda, ele e Dirceu eram os trompetistas “a velhice está chegando, parei de viajar e comecei a trabalhar com eventos, bailes, e surgiu a oportunidade do Clube de Pedra Show”, desabafa Iseu, com ar de quem sente saudades de estar nos palcos, mas que de certa forma encontrou um jeito de nunca se afastar deles.


Barba de "cara limpa" concede entrevista à Aline Vogt
Ele não gosta de falar muito, ao final da entrevista pergunto: “O senhor deseja fazer mais alguma consideração?”, Barba responde com um sorriso meio sem graça “Não moça, acho que já falei até demais”. Vaidoso, pede um tempo para arrumar o cabelo antes da foto.
Aline Vogt




Casamento da Frida e do Fritz

Depois de três anos interpretando juntos o Fritz e a Frida da Oktoberfest de Doutor Maurício Cardoso, eles descobriram que o amor era real e não apenas um faz de conta. O resultado foi o casamento em 25 de setembro de 2010.

A palavra Frida é um nome teutônico e significa “a que protege”. Todos os anos ela usa vestimentas alemãs e anima os participantes da festa. Nos 24 anos a Oktoberfest contou com três Fritz (figura conhecida por ser companheiro folclórico da Frida), mas com último, surgiu uma história de amor e companheirismo.



Fotos que ilustram a postagem fazem parte do arquivo pessoal de Claci Saueressig